O que vejo ao meu redor? #0

Serei a única pessoa a aperceber-me?

Imagem resumo da nossa realidade atual

O mundo está cada vez mais cheio de pessoas com segundas intenções. Quer queiramos quer não, mais tarde ou mais cedo, acabamos por perceber que acabámos por ser enganados por alguém, nalguma altura da nossa vida. Acho isso de uma maldade, impressionante as pessoas são capazes de ser tão más.

Eu sempre me lembro de sentir uma certa necessidade de pensar sobre o mundo e todas as relações interpessoais que observamos quando olhamos à nossa volta. Passei muitas horas, simplesmente, a refletir sobre as pessoas que me rodeavam na família, na escola, nas minhas atividades extracurriculares, etc. Acabava por analisá-las a todas muito bem e tirar as minhas próprias conclusões sobre cada uma. Com isso, posteriormente, acabava a agrupá-las na minha cabeça por "categorias". Tenho de admitir que devido a tudo isto (tirando uma ou duas exceções de que me lembro), nunca me enganei em relação a alguém e soube sempre escolher as pessoas e os grupos certos para mim. Podem achar esta minha análise um absurdo, mas, de facto, é graças a tudo isto, de saber escolher, que hoje sou MUITO FELIZ ao lado da pessoa que AMO.

De certeza que todos já ouviram algo semelhante a: "foi por maus caminhos" ou  "tem cuidado com quem te metes". Os meus pais, antes de eu entrar para o meu 5º ano e ter de mudar de escola, avisaram muitas vezes sobre determinados tipos de pessoas que poderia vir a encontrar (e respetivos grupos a que pertenceriam) que muitas vezes poderiam não ser boas influências para mim. Eu acho que, na verdade, todos os pais que querem proteger os seus filhos têm, e fazem bem em ter, uma conversa destas numa certa altura. Mas ela de nada serve se nós próprios não formos capazes de olhar além do horizonte e entender o que é melhor. Eu vi muita gente a seguir o caminho errado por opção própria e o pior é acharem que estão bem. Pelo contrário, eu já tinha uma ideia muito clara acerca do que era ou não correto, na minha perspectiva, por isso, sempre agi com muita perspicácia ao longo dos anos. O correto ou incorreto são definições pouco lineares, mas saber o que queria para mim tornava os vários caminhos, opções, bastante objetivas. Umas eram de acordo com o que eu queria para mim (o que considerava correto), enquanto que outras não (e para mim eram incorretas).

Mas de onde veio esta minha forma de olhar ao meu redor? Talvez se estejam a interrogar sobre isto. Para isso, é melhor fazer um rápido resumo da minha infância. Eu sempre fui uma criança muito energética, animada, contente, brincava com todos, não tinha propriamente dificuldades em me relacionar com outras crianças. Mas, ao longo do tempo, fui apercebendo-me de quem eram verdadeiramente, que certas crianças teimavam em ser reguilas, outras simpáticas, outras convencidas e eis que começam a surgir as divisões, os grupinhos, as exclusões. Não sei a partir de que altura, mas sei que, com o passar do tempo, dei por mim a passar de alguém sempre animado para uma pessoa quase solitária e triste. É mais fácil excluir que incluir. Retornando um pouco ao início, também se foi revelando ser uma questão de interesses, o que é ridículo. Passei a não me senti bem em lado nenhum. Só tinha uma criança que estava sempre comigo e costuma-se dizer que "é melhor sozinho que mal acompanhado", totalmente verdade. Nos primeiros anos, essa companhia foi muito boa, mas, mais tarde, até essa me deixou. É preciso saber muito bem o que procuramos e quais são os nossos valores. Não devemos mudar quem somos para nos integrarmos nalgum lado. Se é preciso mudar para ser aceite não é, de certeza, o caminho certo. A pessoa que me deixou de lado no 7º ano foi uma boa companhia enquanto esteve comigo, mas mudou bastante. Seguiu um caminho bem diferente daquele que eu sentia ser bom para mim. Mas se saiu da minha vida foi porque tinha de ser e sabem porquê? É que acabou por ser nesse mesmo ano que a minha forma de pensar, que se tinha desenvolvido ao longo dos anos, me levou a conhecer uma pessoa incrível. Alguém que nunca pensei poder existir, que mudou a minha vida para MUITO MELHOR, que resgatou a criança feliz que eu era. A pessoa com a qual quero ficar até ao final da minha vida, aconteça o que acontecer. Esse mesmo "alguém" a quem me referia é quem escreve a par comigo.

Cada um tem a sua perspetiva, mas a vida tem-me mostrado e comprovado, muitas vezes, que nada acontece por acaso. Eu posso ter passado por muito maus momentos durante vários anos, mas depois disso conquistei algo que quase ninguém consegue e tanto procura. Hoje eu já não choro, muito pelo contrario, dá-me uma enorme vontade de sorrir quando penso na sorte que tive de ser quem sou e de ter ao meu lado uma pessoa tão ÚNICA. Aquilo por que passamos transforma-nos. Cabe é a cada um olhar para o passado e fazer dele uma motivação para procurar a felicidade ou a tristeza, que é o que mais se vê.

Eu fiz um desenho há uns tempos que, de forma simplificada, resume a nossa realidade de uma forma bastante simples. Retrata vários tipos de pessoas, umas boas e outras das quais o melhor é afastarmo-nos. Quero ir explicando toda a ilustração por partes e, por esse mesmo motivo, não irei mostrar a imagem de uma só vez, mas sim aos poucos.

Se todas as pessoas percebessem o que significa AMAR, deixava de haver ódio e guerras, seja por dinheiro ou pelo que for. Perceberiam o que é realmente importante. Às vezes, penso se serei apenas eu a olhar à minha volta e a observar o que algumas pessoas são. Faz-me imensa confusão ver pessoas a seguir caminhos errados e deixarem-se levar pelas conversas de outras sem gastarem um bocadinho do seu tempo para refletirem e lembrarem-se de quem são e o que querem para o seu futuro.

Fiquem atentos para não perderem a revelação de nenhuma peça da imagem.

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